Só não muda de idéias
quem não as tem.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Eles é que sabiam o que é viver

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Há uns anos atrás não existia orkut. Minha mãe usava telex e meu pai ainda tinha cabelo. Os paulistanos nadavam no Tietê e no inverno fazia frio. Juventude era sinônimo de revolução. O Kinder ovo não custava os olhos da cara. O leite da padaria era em saquinho. As meninas de doze anos brincavam de boneca, não saíam por aí para 'pegar geral'. Balinha era iogurte, 7 bello, não o que a gente encontra em balada hoje em dia. Calça, só se a cintura fosse lá no umbigo. Não essas de hoje que como diz minha avó mostram até o útero. Quando não existia chapinha ninguém tinha vergonha de cabelo enrolado. Creme dental era kolynos. Minha mãe ia a danceterias. Criança tinha infância, não essa adolescência precoce. A mulher sabia se valorizar, e o homem ainda sabia o que era isso. Foto era polaroid com filme de trinta e seis poses. Absorvente era modes. E o orelhão era a ficha. A passagem de ônibus não era cara. O dinheiro era cruzeiro, passou a ser cruzado e agora é real. Um real absurdo, que como o povo brasileiro diz só sabe dar tchau. Videocassete, disquete, disco de vinil, nada disso. Hoje aquele trocinho que chaman de MP4, MP5, MP8 ou sei lá, faz tudo isso. Biblioteca que nada, hoje existe o Google. Tudo ao nosso alcance, aqui!
Que tempos modernos, não?
As novas tecnologias, as reinvenções que facilitam grande parte de nossa vida são de bom grado para todos nós. Mas é necessário que haja ponderação para que as riquezas materiais não estraguem a simplicidade da infância que a minha avó e minha mãe tiveram, para que nossos filhos preocupem-se mais em brincar do que com roupas de marca e que nós olhemos mais para o próximo do que para nós mesmos.
Minha avó, que sempre viveu na simplicidade, é quem tinha razão: eles é que sabiam o que é viver.


"Até bem pouco tempo atrás, poderíamos mudar o mundo. Quem roubou nossa coragem?"
>Renato Russo

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Amistad.

> Vinícius de Moraes,
sobre Florbela Espanca.

"Alma sonhadora, irmã gêmea da minha!"


Sulfite


Ela é branca como a neve
e assim como eu, ela tem sede de vida
Assim como eu, ela tá curando a ferida
Assim como eu, ela é feliz da vida!
Assim como eu, ela acorda animada
Assim como eu, ela abraça o mundo
e é conseqüentemente querida,
por todos dele
Metade de mim é força, é coragem
Essa metade de mim quer partir à qualquer parte
Essa metade branca, essa metade cheia,
cheia de autenticidade! Pura inocência e bondade
Sorriso amarelo, sentimento claro,
estupidez para nós é pura alegria,
motivo de pátifaria!
Porque mesmo com o coração apertado
nós sorrimos e subimos os degraus
E em um olhar me diz tudo,
feito coincidência e tal.
Nós fomos, mas ainda estamos aqui
Com fome de coca cola, suco de maracujá
Com fome de apenas tentar mudar
Porque metade de mim é preta
e a outra metade é branca

Porque metade de nós são sonhos
E a outra metade é só amor e esperança !



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a-há !

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Só tenho uma coisa a declarar:
Cheguei atrasada hoje !
Exatamente às sete e dezessete da manhã...
E o portão já estava até fechado!
A melhor parte é que eu tinha prova na primeira aula...

É, caros amigos, eu acho que a Thais de sempre, está de volta.


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domingo, 3 de agosto de 2008

Tudo vai dar pé !


Tudo, tudo, tudo vai dar pé !

"Por que eu sou do tamanho do que vejo,
e não do tamanho da minha altura..."

Fernando Pessoa.



Mudar.
Onde começa tudo isso?


De uns anos pra cá mudei, sim. Minhas idéias, o jeito de lidar com as pessoas e até a maneira de falar, pensar e pentear o cabelo.
Outro dia, sexta-feira mais precisamente, estava eu lá voltando do meu imenso percurso do frei até em casa. E, caramba, eu sempre penso em muita coisa nesses 12 minutos cronometrados. Por falar nisso, outro dia fui atender o celular e tropecei pela 4° vez no ano numa pedra "inconveniente" (para não dizer outra coisa) que sempre tá lá, no mesmo lado da calçada, do mesmo jeito, todos os dias e eu ainda consigo trupicar nela.
O que eu não esperava era ter tantas mudanças em uma semana. Uma única semana. Eita começo de agosto que tá me dando trabalho, viu! O mais impressionante é que pela primeira vez em 6 meses, eu não cheguei atrasada nem um dia sequer na escola. Ufa! Como é bom não ouvir bronca da inspetora. Ela sempre dizia: "O horário de entrada é às sete, não às sete e QUINZE!". Ah, se ela soubesse que às sete da manhã, eu ainda estava procurando as minhas chaves em casa.
E a aluna dedicada do ano passado? Poxa, eu acho que ela deve ter se perdido. Não que eu não estude mais, mas decaí muito. Boas notas hoje não são sinônimos de aprendizado. E confesso que só estudo a fundo o que realmente me importa.
Tenho que sorrir para Deborah, ouvir meu pai quando ele chega cansado e ajudar minha mãe no último semestre da faculdade. Eu assisti um filme uma vez onde uma certa cena dizia: "Quando acontecer alguma coisa realmente engraçada você vai rir de novo". E essa semana foi assim. Sempre tem alguém que me solta um "barbie kill", no lugar de barbecue. Ele matou a barbie e foi pior no inglês do que eu.
A minha autosuficiência? Ela foi dar uma volta, mas eu encontro com ela em alguma esquina. Enquanto isso, não quero mais me preocupar. Eu penso que, na vida, a gente tem duas opções: você luta e alcança seus objetivos ou você apenas sobrevive e empurra tudo num roteiro meio pré-definido.
Tô com sete livros em casa, lendo todos ao mesmo tempo. Cinco deles estão comigo desde março, eu acho que a senhora da biblioteca vai me matar quando eu for devolver. Os outros dois eu peguei essa semana. Em um dos livros, há uma frase escrita no verso do livro que diz assim: "Clara manhã, obrigado, o essencial é viver!", o livro é de Carlos Drummond de Andrade.
Não me importa mais quanto tempo eu vá levar para escolher o que vou fazer. Eu ainda tenho o dia todo, a vida toda. Eu tô aprendendo ainda, e ainda tenho que planejar minha viagem à Agaropaba! (Santa Catarina 2009, uhuuul!), tenho que cumprir minha GRANDE lista colada no lado de dentro do meu guarda-roupas, e ainda tenho que trupicar naquela pedra muitas vezes até o fim do meu curso de ingRêis. Acho que tudo isso é falta de Pisco Souer.
O futuro pode ser incerto, assim como o amor é. Tá aí, sabe o que eu acho? Você vai encontrar com o amor da sua vida numa fila de banco, às três e quinze de uma terça feira, quando você estiver com o cabelo parecendo um black, de saco cheio da vida e de chinelo havaiana!
As coisas são assim. Não tem hora e te pegam de surpresa num domingo à tarde enquanto sua mãe passa roupa assistindo Faustão.

Ao menos agora, eu sei o que eu não quero mais.

Bôra pra frente, atrás vem gente!


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