Só não muda de idéias
quem não as tem.

domingo, 28 de dezembro de 2008

2000INOVE?

Engraçado como um ciclo se fecha e vem todo esse "poder" de renovação. Mas...peraí, que renovação toda é essa?
O que não faltam são mensagens de "mudança", de "vai ser diferente", "as coisas vão melhorar". O que é bastante compreensível, após um ano exaustivo. Porém, parece brincadeira a ilusão que toma conta de tanta gente que sai dizendo por aí que 'tudo na vida vai mudar'. E sinceramente dizendo, já me peguei pensando: Que puta força de renovação! Mas será que isso tudo não é mais uma alienação nossa? Porque lá no fundo, sabemos que as contas de janeiro chegarão, junto com o ipva e o iptu. E as faculdades continuarão lá, as provas ficarão mais difíceis, seu chefe ainda estará lá exigindo, e você ainda precisará pagar suas contas.
Sabemos que as dificuldades humanas sempre estarão presentes, são como um fardo que teremos que carregar até o fim de nossas vidas. E aí que entra o poder da transformação (ou do bom marketing nacional mesmo).
A certeza que tenho sobre esse processo todo é que o tempo passa e junto com ele se renova uma coisa em mim e na maioria das pessoas que se chama .
Esperança de que um dia meus problemas terão solução, que eu ainda ganharei na mega-sena,  que um belo dia não haverá mais tanta pobreza, fome e violência no mundo.
O poder de transformação a qual vos falo não vem de simples palavras ou mensagens bonitas sobre inovação em outdoors. Mudar requer um processo muito maior do que apenas a idéia de fazê-lo. Renovação? Sempre. Mas com os dois pés no chão e nada da boca pra fora. Mudar é totalmente necessário, dividir o tempo em fatias é uma dádiva que temos. Depois de todas as turbulências que passamos na vida, e no mundo, conseguimos unir os mesmos votos e pedir novamente a paz, o amor e a saúde. Discordo da teoria desses votos, da banalidade que eles têem. Mas concordo plenamente com a força de vontade das pessoas, que juntamente com a esperança é capaz de realizar mudanças reais em uma vida. Eu sou humana, tenho vida dentro de mim, sei que não se pode viver de sonhos, mas que grande parte da vida é feita por eles.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

confissões

Sempre me julguei autosuficiente por medo de depender de alguém.
O mais piegas da vida é que criamos certas regras para nós mesmos. Eu, como boa inexperiente, criei minhas barreiras. Não pode fazer isso, não pode dizer aquilo, não pode, não pode e não pode. Não é certo. Mas desde quando eu tenho autonomia para julgar o que é certo e o que é errado?
Estarrecimento. Medo mesmo. Medo de agir errado, medo de escolher errado, e mais medo ainda, de ter medo. Sei que o medo, o sentimento de temor, não é inato. Pela mesma razão, tenho medo de não conseguir evitá-lo.
Curioso mesmo, e ironia do destino comigo. Barreiras como proteção, independência como fuga da carência. O bizarro medo de errar, de ter que estudar demais e não ter tempo, de desafinar no refrão, de decepcionar, de deixar para trás, do arrependimento, de não passar no vestibular, de não ter mais forças quando precisar, de ser tudo em vão.
Incontroladamente sincera e ousada quando não se deve. Tenho medo da minha inconstância, e mais medo ainda da minha tolerância. Não devo provar nada a ninguém, mas cobro de mim em dobro. Não sou perfeccionista, mas sou exigente. Morro de medo da ignorância, da insegurança. Porém, os covardes que me perdoem, mas ainda que com medo, prefiro o extremo do que o meio termo. Eu tenho medo de onde minha essência me levará...
A essas alturas, você deve estar imaginando: "Garota medrosa, tem medo de tudo". Nada mais justo, depois de tal declaração. Mas, meu amigo leitor, demorei para escrever tal texto, porque leva-se um certo tempo para admitir e descobrir coisas a respeito de nós mesmos. E para minha surpresa, descobri que o maior temor que sinto é de mim mesma.